O navegável mar nebulizou-se
E além da nebulosa de Órion
Cristalizou-se à noite
Antes que surja o Novo Aeon
Das cinzas daquele tempo
Em que fui um menestrel
Cavaleiro nobre do vento
Enquanto cuidavas de teu ovil
E no eflúvio de tua magia
Caminho tão obscuro
Minh'alma fortalecia
Como égide de saturno
E por esses anéis que me perco
Como anéis de minha mente
Onde sequer pareço
Ter meus pensamentos ao ver-te
E de minha singela fragata
Abro um canal direto
À sensação alucinada
De fundir-me ao universo
Na chibata, no açoite dos desejos contidos
Meu devaneio percorre a realidade áspera
Nas amplidões dos meus fluídos
A luz da excelência em uma amálgama
Amarfanhada, minha branca túnica de mensageiro
E tuas lembranças no meu colar de diamantes
No fogo dos repentes de um forasteiro
Abrigo teu amor em minha alma dissonante...
(Texto escrito originalmente em 16/03/09)
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
A Cidade dos Mortos
O sol
Candelabro da galáxia
Hidrelétrica da lua só
Faz com que a luz se faça
Mas não dissipa as trevas
Que escondem tanto sobre o mundo
Entre becos e frestas
E pensamentos obscuros
No subsolo do cemitério
Onde se servem os vermes
Por meio a terra tão fértil
Alguns corpos se remechem
Monges maus descem por uma tumba
Em que não chega sequer a luz da lua
E passeiam pelas catacumbas
Pelos túneis que cavaram com as unhas!
Chegam a cidadela
Guiados apenas pela fraca vela
E pela voz singela
Do canto de uma elfa!
Lá fora a cidade dorme e se comporta
Eles lançam um sorriso ambicioso na caverna
Em que o sol não toca
Fazendo a noite eterna!
(Texto originalmente escrito em 19/05/08)
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Poesia
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Amor e Nostalgia
Caminho entre os lírios
Que grandes campos ao meu redor formam
Meus olhos de dois rios
As nascentes mais puras se tornam
Isso sempre acontece
Quando vejo o tempo que deixei correr
E no meu subconsciente
Sinto um toque do sofrer
Cantos e campos
Têm mais que uma diferença
Contos e cantos
Também só mantêm as aparências
Estou à sós com a solidão
Nem vem vadio!
O amor trancou o portão
Depois que saiu
Que curiosa é a vida
Que se irrita na microfonia
Depois viaja de enxerida
Na guitarra que grita
E onde vou parar?
Nessa louca viagem
Da loucura de amar
Da surreal, real miragem
E no espelho das águas
Distante, triste vejo
As raízes dessa barba
Cravadas no meu queixo...
Do sertão às metrópoles
Das taperas às mansões
Das quitandas ao shopping
Conheci inúmeras intenções
E agora entre os lírios
Sou a nascente desses dois rios
Que escorrem sobre os meus papiros
E banham meus delírios
Vou esquecer que eu existo
E de uma maneira triste
Esquecer-me desse vício
De que a tristeza existe
Não passo de um menestrel
E a linha da minha vida
Enrolo no carretel
Da alma amadurecida
Um trovador cavernoso
Com espada e alforge no peito
Gritando ao avesso do povo
Que o mundo ainda tem jeito
Dois rios, lágrimas, amor; beba... VIVA!!!
(Texto originalmente escrito em 09/11/08)
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